Conceitos gerais importantes:

Eletromagnetismo

Quando falamos de radiofrequência vem logo a mente ondas eletromagnéticas, mas hoje temos equipamentos de radiofrequência que ao invés de jogar ondas eletromagnética na pele ele joga uma corrente elétrica. Então temos alguns aparelhos que não provocam campo eletromagnético na sala, não tem influência eletromagnética, tem corrente elétrica. Inclusive são equipamentos mais fácil e barato de se fazer. Porém o clássico de uma radiofrequência é a emissão de ondas eletromagnéticas.

Campo eletromagnético:  É um espaço onde agem forças magnéticas que se formam em torno de um condutor elétrico. Quando uma corrente elétrica passa pelo condutor, normalmente, gera ao redor do fio condutor ondas eletromagnéticas. Se o fio condutor estiver retilíneo o campo eletromagnético se forma em círculos.

Se o fio estiver em espiral o campo eletromagnético se forma com um aspecto bagunçado.

E toda vez que um campo elétrico passa por um cabo e forma um campo eletromagnético, ocorre a emissão de uma onda eletromagnética.

Ondas eletromagnéticas: São campos elétricos e magnéticos que se deslocam pelo espaço sem a necessidade de um meio de sustentação. É aquela que propaga uma energia elétrica e uma energia magnética ao mesmo tempo.

Tem campo eletromagnético em todos os lugares da nossa vida, ex.: Celular, televisão…

Espectro eletromagnético: É uma reunião de várias ondas eletromagnéticas do nosso dia a dia.

 

Divisão do espectro eletromagnético:

  • Radiação ionizante (ondas eletromagnéticas ionizantes): Podem alterar o DNA e trazer mutações para a estrutura corpórea, como o câncer. Ex.: Sol, celular, raio X, raio gama.
  • Radiação não ionizante (ondas eletromagnéticas não ionizante): Não gera danos ao DNA.

A radiofrequência ou ondas de rádio que se encontram no interior desse espectro é definida como ondas eletromagnéticas que se encontram na faixa de 30KHz a 300GHz. Se enquadrando nas ondas não ionizantes.

Por isso a radiofrequência não causa câncer, mas se tiver um câncer instalado ela pode influenciar nesse tecido em formação e pode aumentar. Se tiver grávida, com um feto, e com células em formação a radiação eletromagnética pode influenciar.

Nós somos energia e nosso corpo pode ser influenciado pelo campo eletromagnética que está ao nosso redor, por isso pode ocorrer da pessoa se sentir mal (enjoada, dor cabeça…) com uso de recursos com ondas eletromagnéticas. Algumas pessoas são menos sensíveis as ondas eletromagnéticas e outras são mais sensíveis. Cada um de nós temos um grau de suscetibilidade as ondas eletromagnéticas.

O Hooke, tem uma frequência bem próxima das ondas curtas e por isso ele influencia muito o ambiente. Ondas curtas ou Hooke deve ter uma corrente só pra ela, para não comprometer outros recursos e causar danos nos clientes.

Radiofrequência tradicional (RF)

Conceito:

Radiofrequência ou Diatermia é o uso de ondas eletromagnéticas (alta frequência) com o objetivo de gerar um aquecimento vigoroso (lesão térmica controlada) ao nível da derme e como consequência produção de maior número de fibras de colágeno e elastina. Considerada uma energia não ablativa (não lesiva).

Para os tratamentos estéticos, os equipamentos de radiofrequência utilizam frequências entre 0,5MHz a 1,5MHz, mas encontramos outras frequências no mercado.

A radiofrequência tradicional, foi feita para tratar a pele.

Nosso corpo é homeostásico, quando estamos em ambiente frio o corpo começa a se defender do frio e no calor ocorre o mesmo. A temperatura fisiológica do corpo é 36/37º. Ao submeter o corpo a um aquecimento antifisiológico, ocorre uma agressão térmica e por mais que o corpo tende se defender a fonte de calor supera os mecanismos homeostáticos e a pele não consegue esfriar e as vezes 3 minutos de um aquecimento antifisiológico já leva a um processo inflamatório.

Quando submetemos a pele a uma temperatura antifisiológica, muito distante como 40 a 43 graus, promovemos uma lesão térmica controlada. Lesão entre aspas, porque na verdade estamos promovendo um processo inflamatório controlado e seguro, mas suficiente para promover modificações importantes na pele, principalmente na derme onde temos as modificações que precisamos, nas fibras colágenas, por exemplo.

Só que hoje com a radiofrequência além de aquecer a derme, podemos aquecer a gordura, além de aquecer a 40º, podemos aquecer a 38º ou a 37º, seria um aquecimento não tão lesivo e vigoroso, mas com ótimos efeitos. O adipócito, por exemplo, está a 36º, se elevo ele a 42º levamos ele a um apoptose, a depender do tempo de aplicação podemos danificar a membrana determinante.

Não é um procedimento ablativo. Já a radiofrequência fracionada é considerada semi ablativa, porque iremos furar a pele.

Estrutura do colágeno:

O colágeno é uma cadeia de aminoácidos, a proposta da radiofrequência é desenrolar essa “cordinha”. A cadeia de aminoácidos que compõe o colágeno é firme e ligada por pontes de hidrogênio. Com a RF pode ocorrer danos nas pontes de hidrogênio e modificar a sua estrutura (desenrolar a cordinha, a cadeia).

Efeitos promovidos da Radiofrequência:

A essência e alma da radiofrequência é o colágeno, a radiofrequência foi feita para a pele. A proposta da radiofrequência é desenrolar a cadeia de colágeno. A tríplice hélice do colágeno é mantida firma pelas pontes de hidrogênio, ao fazer a radiofrequência podemos danificar as pontes de hidrogênio e desenrolar a cordinha, é aí que entra os efeitos imediatos da radiofrequência, contração imediata e efeito lifting.

  • Desnaturação das fibras colágenas (Desnaturação da estrutura proteica do colágeno/ Quebra dos laços de colágeno/ Desenrolar do tríplice hélice): Rompimento das ligações que formam tridimensionalmente a proteína. O colágeno passa de uma estrutura cristalina altamente organizada para um estado semelhante a um gel. Um grande exemplo desse ocorrido é a claro do ovo, quando colocamos o ovo cru na frigideira, principalmente a clara que é transparente e amorfa, em contato com o calor da frigideira vai ficando esbranquiçada e firme, ela muda completamente. Porque o calor modifica a estrutura proteica da albumina do ovo.
    • Contração imediata da pele: O aquecimento do colágeno dérmico rompe as ligações de hidrogênio e muda a conformação das fibras de colágeno, que perderam sua estrutura tridimensional e assumem uma forma amorfa – Desenrolar da hélice tripla. Estudos científicos mostram essa alteração a uma temperatura de 50 a 70º, entretanto quando utilizamos com uma temperatura mais terapêutica, como 42 graus, por alguns minutos é o mesmo que 50 a 70 graus por alguns segundos. Então quando vemos estudo cientifico com essa temperatura tão alta, eles são realizados com segundos, pois a pele não suporta essas altas temperaturas por muito tempo. Então o calor da radiofrequência danifica as pontes de hidrogênio, levando ao desenrolar do tríplice hélice (quebra dos laços de colágeno). Ocorre uma contração imediata em 30% e retração imediata do tecido (espessamento da fibra). Efeito imediato, cinderela pode permanecer mais tempo ou não. Com o passar das sessões de tanto contrair conseguimos modificar o colágeno e ter o efeito desejado. A contração do colágeno é dependente da temperatura e do tempo de aquecimento. O colágeno resseca, desidrata e pode ficar assim por 7 dias.
    • Contração tardia: O aquecimento excessivo também gera uma reação inflamatória subepidérmica, resultando em neocolagênese e uma melhora gradual observada em 6 a 12 semanas, efeito tardio. Leva em média 21 dias a 2 meses.
    • Um outro exemplo é a lesão térmica provocando um efeito inflamatório.
    • Além do desenrolar do tríplice hélice, conseguimos depositar novas fibras de colágeno.

Obs.: O bulbo funciona a 36 a 37 graus, se ele for atingido a 45 graus por exemplo, temperatura de vários aparelhos portáteis de laser, não gera efeito de lesionar ele, mas por expor ele a uma condição antifisiológica ele pode acabar produzindo mais pelo. Cuidado com os aparelhos portáteis, pode ter um efeito rebote. Para ter efeito mesmo, tem de agredir de verdade.

  • Deposito de novas fibras de colágeno: A contração do colágeno é dependente da temperatura e do tempo de aquecimento. O aquecimento excessivo também gera uma reação inflamatória subepidérmica, resultando em neocolagênese e uma melhora gradual observada em 6 a 12 semanas, que é o efeito tardio.
    • Lesão térmica provoca efeito inflamatório, estimula fibroblastos a produzirem colágeno. Há aumento de IL-1b; TNF- alfa; MMP-13 por dois dias, indicando processo inflamatório.
    • Os sintomas da inflamação controlada podem ser vermelhidão da pele e inchaço.
    • Remodelagem ou reorganização colágena a longo prazo, 4 a 6 meses, aumenta a espessura da pele.
  • Aumento da densidade dérmica: Estudo mostra que os septos fibrosos da derme ficaram mais compactos, uma prova clara que modificamos a pele com aquecimento, em 2 sessões. Para uma celulite flácida é bem interessante.
  • Estimulo das proteínas de choque térmico: Molécula celular que sintetizam colágeno do tipo 1. São ativadas por aumento de temperatura.
  • Vasodilatação e consequente aumento do fluxo sanguíneo e linfático (drenagem de líquidos retidos e produtos catabólicos);
  • Efeitos anticoagulantes (reabsorção de equimoses e hematoma);
    • Temperatura de 37º. Efeito chupão da criolipólise pode ser tratado com a radiofrequência;
  • Aumento da taxa metabólica local;
  •  Lesão adipocitária: Causamos um trauma térmico na gordura subcutânea do indivíduo. Com o aquecimento, ocorre um trauma térmico que causa desintegração da membrana celular do adipócito causando a liberação de triglicerídeos e encolhimento do adipócito. Ocorre também aumento da permeação da membrana do adipócito e até expurgar tríplice elite, que é chamado de esvaziamento do adipócito. O qual pode ocorrer com o calor, aumento da temperatura ou com o trauma, que é chamado de cozinhar a membrana do adipócito (desintegrar da membrana do adipócito). Os adipócitos mais próximos da pele, chamado de gordura celulítica, pode ser “cozida” pelo calor da radiofrequência. O calor é tão forte, violento e vigoroso que gera esse dano.

Há diferença entre tratar gordura e pele. Para tratar a gordura e ter esses efeitos no adipócito o tempo de aplicação é diferente. Tem pessoas que tem medo de usar a radiofrequência monopolar no rosto, com medo de deformar o rosto por atuar na adiposidade, mas o tratamento de gordura é diferente, depende da ponteira e do tempo. Se deixar o adipócito exposto ao calor por 2 a 3 minutos não terá o “cozimento” do adipócito.

Os adipócitos mais profundos, afastados da fonte de calor, ele não sofre esse calor tão intenso, mas sofrem um calor antifisiológico que os leva a apoptose. (Franco et al, 2009, 2010. McDaniel et al., 2014. Key, 2015). Estudos mostram que a apoptose em 20horas atingiu índice de 40,2%. Uns adipócitos morrem de forma direta por desintegrar a membrana e outros morrem por apoptose.

A radiofrequência é indicada para adiposidade, mas precisamos ter uma ponteira apropriada, temperatura apropriada e tempo apropriado.

Muitas radiofrequências são vendidas como se trata gordura, mas na verdade não trata, por isso precisamos ter conhecimento.

A RF tradicional tem uma certa dificuldade em estimular a produção das fibras elásticas.

A quantidade de contração tecidual depende de vários fatores:

  • Mais alta temperatura atingida;
    • Tenham um bom termômetro, isso irá influenciar.
  • Tempo de exposição a RF;
    • Propriedades térmicas do tecido (muito ou pouca condutividade);
      • Está ligado a água.
  • Idade do cliente;
      • Mais idade tem a pele mais desidratada.
  • Níveis de hidratação do tecido.
      • Quanto mais hidratado o tecido melhor a resposta.
    • Sabe avaliar o grau de hidratação da pele?
      • Se não souber avaliar, hidrate a pele!
        • Recomendar pelo menos 2 dias antes, ingesta de água;
        • Usar cosmético home care hidratante.

Tipos de aparelhos x processo de aquecimento:

  • Resistiva

Eletrodos são metálicos e estão em contato direto com a pele do cliente. Acoplamento direto – resistivo.

Entre os eletrodos passa uma corrente elétrica, então jogamos corrente elétrica na pele. E ele irá trabalhar com a resistência. A pele se opõe a passagem da corrente elétrica, gerando uma resistência, o que gera o calor.

Lei de Joule: Q = i2 + R = t.

I² (quantidade de corrente) + R (resistência oferecida a passagem da corrente) + t (tempo de aplicação) = Q (Aquecimento – quantidade de calor)

I² + R + t = Q

Exemplo prático:

1² + 1 + 1 = 3

Agora iremos aumentar a resistência:

1² + 2 + 1 = 4

Então, toda vez que aumentamos a resistência aumentamos o aquecimento.

Agora vamos aumentar a corrente:

2² + 1 + 1 = 6

Repare que se aumentarmos a quantidade de corrente, teremos maior aquecimento do que se tivermos aumentando a resistência. Então para termos uma quantidade maior de corrente passando pelo tecido precisamos ter maior condutividade, a corrente precisa ser melhor conduzida e para que ela seja melhor conduzida precisamos de água. Por isso que a pele hidratada é fundamental para um bom efeito de rádio. É mais importante que tenha uma pele hidratada, do que uma pele resistente.

Só que o aparelho resistivo aquece mesmo se o tecido não estiver hidratado, porque ele trabalha com a resistência da pele.

Importante: É um aparelho que propaga corrente elétrica na pele, não produz um campo eletromagnético.

Para aquecer não precisamos colocar na pele um campo eletromagnético, só precisamos ter uma corrente elétrica com uma alta frequência e uma boa potência a pele vai oferecer resistência e teremos aquecimento.

Então os aparelhos resistivos tem corrente elétrica, ao invés de campo eletromagnético. O que importa é que aqueça.

Quando utilizamos a radiofrequência resistiva o meio condutor precisa ser gel, porque o gel é água e conduz melhor a eletricidade. Hoje usamos muito o gel glicerinado, porque como gel é água o calor evaporava a água e o gel glicerinado mantém a água por mais tempo.

O aparelho resistivo não pode desacoplar um eletrodo único da pele, porque ele pode gerar uma centelha para buscar o acoplamento e dá choque.

  • Capacitivo

Eletrodos são metálicos e isolados, não ocorrendo contato direto com a pele (acoplamento capacitivo). O calor é gerado pelo campo eletromagnético entre os eletrodos, a corrente não passa diretamente nos tecidos.

O metal não fica em contato com a pele. O Hooke é um capacitivo.

A corrente não passa, mas a corrente isolada, com uma potência alta, gera dentro do corpo da cliente um campo eletromagnético.

Usado com glicerina, por ser um bom condutor para o capacitivo.

Gera rotação de moléculas dipolar (água).

Normalmente, estão em eletrodos monopolares.

Geralmente o capacitivo tem uma potência maior para gerar o campo eletromagnético.

 

Fatores que interferem no aquecimento do tecido:

  1. Potencia do equipamento
    • Quanto maior a potência, maior será o aumento da temperatura. Mas se o aquecimento é muito rápido, ele não consegue atingir tecidos mais profundos.
  2. Tamanho do eletrodo ativo
    • Um aplicador pequeno concentra mais energia e aquece mais rápido. Porém tem casos de aplicadores pequenos com dificuldade de aumentar a temperatura.
  3. Velocidade de movimentação do eletrodo
    • Quanto mais devagar o eletrodo é movimentado, maior e mais rápido será o aquecimento. 
  4. Capacidade de dissipação térmica dos tecidos
    • Localização do corpo interfere, por exemplo, o músculo frontal e o músculo glúteo terão aquecimentos diferentes, pois de acordo com a massa de tecido e a irrigação sanguínea, haverá mais ou menos facilidade para dissipar o calor.
  5. Propriedades dielétricas dos tecidos e suas mudanças durante o tratamento
    • Tecidos ricos em água tem melhor condução da corrente elétrica e mais facilidade de aquecer.
  6. Tempo de aplicação
    • Quanto maior o tempo, maior a produção de calor.
  7. Localização do eletrodo dispersivo (para aplicação monopolar)
    • Se utilizar o método contraplanar, o aquecimento será maior e os tecidos mais profundos estarão em série. Se estiver coplanar, acontecerá o inverso. Em aparelhos bipolar, que os eletrodos estão no mesmo cabeçote, quanto mais afastado eles forem maior aquecimento irão promover.
  8. Distância entre os eletrodo ativo e o dispersivo (monopolar)
    • Quanto maior for a distância, maior será a potência necessária para se conseguir um aumento de temperatura.

 

Frequências da Radiofrequência:

Podem variar de 6MHz até de 550KHz. O Hooke possui uma frequência de 27,12MHz, considerado de alta gama, muito potente, mas sua ação é superficial, na pele. Possui também aparelhos de 40,68MHz, muito potente, chamado de aparelho de alta gama, esquenta muito, sendo reconhecida para aplicações industriais, cientificas e médicas.

Quanto maior a frequência, menor é a profundidade do aquecimento. Para atingir níveis mais profundos, adiposidade por exemplo, a frequência do equipamento tem que ser mais baixa.

 

Exemplos:

– Para aquecer a gordura celulítica ( que é a gordura mais superficial relacionada a reserva de gordura. Mas em relação a pele ela é profunda): 640KHz

– Para flacidez de pele: 2.400KHz

– Pós lipoaspiração Fibrose: 640KHz.

Atenção: Frequências mais baixas atinge a pele também! Então tudo bem se seu aparelho só tiver opção de uma frequência mais baixa.

O Hooke é superficial, muito superficial, pois tem 27,12MHz (o bipolar). Não atinge tecido celulítica. Para tratar FEG tem que usar a monopolar. Mas se pegar um bipolar de 650KHz, atingimos o FEG.

Comparação 500KHz e 4MHz: Quanto maior a frequência, menor é a profundidade, mas maior é o aquecimento. Aquecemos mais rápido. Exemplo prático: Hooke que tem 27,12MHz age mais superficial, mas esquenta muito mais rápido. 2.400KHz aquece mais lentamente, mas vai mais profundo.

 

Observação: Ponteira com eletrodos mais separados é melhor, porque o caminho que a corrente vai percorrer para fechar campo elétrico é maior e isso faz com que ela atue mais profundo. Então se você tem um aparelho com uma única frequência, chamado de uni-frequência, avalie as opções de ponteira, para na hora do tratamento escolher a que mais se adequa. Então se quer atingir tecidos mais profundos escolha ponteira com eletrodos mais separados. Avaliar a distância entre os eletrodos. As vezes é melhor usar uma bipolar, do que uma hexapolar, pois na hexa os eletrodos vão estar bem juntinhos.

Ponteiras da Radiofrequência:

O eletrodo ativo é a ponteira, ela deve ser utilizada sempre com movimentos uniformes e contínuos.

Priorize sempre em círculos pequenos, lentos ou rápidos (dependendo da temperatura).

Evite parar o movimento, pois pode haver um super aquecimento e uma possível queimadura. Por isso, atenção com os movimentos de vai e vem, pois sem querer, para-se a ponteira gerando superaquecimento.

Quando nos referimos a monopolar ou bipolar, falamos sobre as características das ponteiras.

  • Monopolar

Dois eletrodos: ativo (eletrodo pequeno – para aquecer mais); dispersivo (eletrodo grande – para aquecer menos).

É para gordura, com ele atingimos a gordura profunda. Mas antes de atingir a gordura atingimos a pele.

Atinge 15 a 20 mm (1,5 a 2,0 cm) de profundidade.

Precisa de um eletrodo dispersivo. A corrente passa sempre de um eletrodo para outro.

Quanto menor o tamanho do eletrodo maior aquecimento, por isso é importante que a placa dispersiva seja grande.

    • Aplicação: A aplicação contra planar ou transversal vai mais profundo. É usado na monopolar quando o eletrodo dispersivo está abaixo do local da aplicação.
    • Atenção: Se a pessoa tiver implante metálica no local, exemplo FEMUR, colocar eletrodo dispersivo perto do ativo ao invés de abaixo da aplicação.
      • A corrente passa de um eletrodo para outro, então se eles estão em uma posição coplanar ele atuará na superfície e não chegará no tecido profundo.
    • Importante: Em uma pessoa magra, a distância da pele para o útero é de 7cm, são poucos recursos que conseguem chegar tão profundo, então quem tem DIU pode fazer radiofrequência. Mas não arriscar, colocar o eletrodo dispersivo do monopolar na posição contra planar nesses casos.
  • Bipolar

Dois eletrodos na ponteira, onde um emitirá o polo positivo e o outro o polo negativo da corrente. Muitas empresas, adotaram como estratégia de marketing criar ponteiras com vários eletrodos e assim surgiram as ponteiras: Tripolar, hexapolar, tetrapolar, octapolar… Mas no final, todas são bipolar, pois na mesma ponteira teremos o eletrodo emitindo polo positivo e outro polo negativo.

Essas ponteiras tem uma ação mais superficial, por isso são mais indicadas para afecções da pele, o máximo que atinge é a gordura celulítica, superficial, a depender da frequência, costumam atingir 2 a 6mm (0,20 a 0,60cm) de profundidade. Gordura de papada talvez consiga tratar com a bipolar. 

Potência da Radiofrequência:

Wattagem – Quanto maior Watts mais rápido aquece.

O que usar: Gel ou glicerina?

– Se for resistiva, usar gel ou gel glicerinado.

– Se for capacitiva, usar glicerina.

Veja orientação do fabricante, mas saiba que a capacitiva, necessariamente precisa de água, por isso, deve-se usar glicerina. O que acontece? Se usar o gel, ela irá encontrar água e vai aquecer muito o gel, com isso podemos cair no erro de esquentar muito superficialmente, porque ela aquece o gel. Ao usar a glicerina, a onda eletromagnética ao encontrar a glicerina como ela não é boa condutora, a onda eletromagnética avança para procurar a pele, que deve estar hidratada para a onda eletromagnética poder percorrer através da pele, que irá conduzir muito melhor que a glicerina. Por isso a pele deve estar hidratada e o meio acoplante a glicerina.

 

Aplicação da radiofrequência:

  • A dosimetria deve ser avaliada em 3 passos:

Primeiro verifique o seu equipamento e veja se estará em J/cm², Watts ou escala percentuais.

Segundo, avalie a sensação de calor subjetivo do cliente e classifique em níveis (nível 1 – fraco, esse não fará nada no corpo/ nível 2 – Quente, servirá para tratar fibrose, pós operatório, 37º a 38º/ nível 3 – Muito quente, estimulo de colágeno, para adiposidade, 40 a 43º/ nível 4- Calor intenso ou insuportável, aqui irá queimar a cliente, não é o que queremos).

Terceiro, use um termômetro ou câmera termográfica (Flir C2, Flir C3), essas câmeras são boas porque não sofre influência das ondas eletromagnéticas.

  • A temperatura deverá ser escolhida conforme objetivo:

Estimulo de colágeno, tratar adiposidade: 40 a 43º na superfície da pele, internamente chega a 47º.

Amolecer tecidos: 36º, 37º a 38º. A essa temperatura, geramos a desorganização do colágeno, pois é liberada a proteína HSP46, que relaxa o colágeno. (não deixe hiperemiar)

Em algumas pessoas o calor pode gerar a proliferação da epiderme, normalmente em temperaturas maiores que 40º, essa temperatura pode gerar células anormais, por estimular o excesso da mitose. Como não tem como saber em quem essa reação irá ocorrer, é recomendado usar ácido ferúlico, antes de iniciar o tratamento com radiofrequência e durante também. Esse ativo é antioxidante e protege o DNA das células. 

  • Frequência de sessões:

37 a 38º – pode aplicar até diariamente. Para fibrose, pós cirúrgico, feg fibrótica realizar 2 a 3 sessões por semana.

40 a 43º – 1x na semana, 10 em 10 dias, 15 em 15 dias, 21 em 21 dias ou 1x ao mês.

Adiposidade – 2x na semana.

  • Tempo:

O tempo deve ser contado somente quando chegar a temperatura ideal para o tratamento, chegando você irá manter pelo tempo estipulado para os efeitos desejado.

Estimulo de colágeno: 2 a 5 minutos por área. (Muita flacidez manter por 5 minutos. Jovem ou pouca flacidez manter por 2 minutos)

Amolecer tecidos: 5 minutos por área.

Adiposidade: 10 a 12 minutos por área.

Obs.: Se a radiofrequência esquentar demais, nesse momento, pode baixar a potência, intensidade.

  • Aplicação:

A aplicação deverá ser feita por região.

 

Indicações:

  • Flacidez
    • Melhora a densidade do tecido colágeno, estimula a síntese de colágeno, deixa a pele mais espessa e com pouca pstose.
  • Cicatriz atrófica da acne
    • Diminui a densidade do tecido, deixando a pele mais maleável, reduzindo imperfeições.
  • Rugas
    • Diminui a densidade do colágeno e promove um relaxamento da musculatura.
  • FEG
    • Diminui a fibrose dos septos interlobulares e o tamanho dos adipócitos, além de melhorar a circulação e absorção do edema local.
  • Equimose
    • Favorece a absorção, por seu efeito anticoagulante.
  • Pós lipoaspiração
  • Fibrose
    • Diminui a densidade do colágeno, que está elevada e torna o tecido pouco elástico.
  • Gordura localizada
    • Auxilia na lipólise por aumentar a temperatura e promove a morte dos adipócitos.
  • Abcessos purulentos
    • Incrementa o metabolismo, ativando o sistema imunológico e diminuindo o tempo de resolução.
  • Edema denso em estado subagudo ou crônico
    • Amolecimento do tecido fibroso, favorece absorção por diminuir a densidade do tecido.
  • Alopecia
    • Melhora o fluxo sanguíneo, metabolismo do crescimento do pelo e os nutrientes do bulbo piloso.

 

Mais informações importantes:

– Pode fazer radiofrequência associada ao botox. Na literatura não tem nada com relação ao tempo de aplicação. O botox está no musculo, não na pele. Mas é bom avaliar a ponteira, a temperatura.

– Pode fazer pós operatório em uma temperatura mais baixa.

Se fizer o tratamento com radiofrequência na cliente e ela sair indisposta, com dor de cabeça, enjoada provavelmente aquela onda eletromagnética não faz bem a ela.

A radiofrequência influencia no marcapasso também, da cliente e do profissional.

Obs.: A radiofrequência trata quase tudo, é um aparelho prioritário. Trata pós operatório, estria, FEG, adiposidade, flacidez…

 

Tecarterapia ou Tecaterapia

O equipamento segue os mesmos princípios da radiofrequência tradicional (tudo que foi falado acima, se aplica aqui), com a proposta de ter em um único equipamento a ponteira capacitiva e resistiva. Por isso, pode ser descrita como: Uso da energia capacitiva e resistiva sucessivamente para a produção de calor, o equipamento tem ponteira isolada e metálica.

Muitos estudos estão sendo feitos para provar que o uso das duas sucessivamente é melhor que uso isolado. 

 

Radiofrequência Fracionada (RFF)

É o uso de ondas eletromagnéticas para aquecer vigorosamente a pele com vários microeletrodos, chamados de TIPS ou agulhas, gerando uma vaporização ou ablação seletiva das camadas superficiais da pele, se for TIPS sem agulhas, ou uma ablação direta na derme através de finas agulhas. Um mecanismo muito similar ao laser CO2.

Assim, o reparo ou cicatrização da pele irá produzir novo colágeno. Esse equipamento é considerado semi-ablativo.

 

Indicação Radiofrequência Fracionada:

  • Rugas
  • Linhas de expressão
  • Flacidez de pele (também para papada, umbigo)
  • Ptose facial e corporal
  • Estrias
  • Cicatriz atrófica de acne
  • FEG flácida (apesar de poder, dá muito trabalho)
  • Drug delivery

 

Diferença entre radiofrequência tradicional e a fracionada:

A radiofrequência tradicional, possui um eletrodo grande que gera aquecimento local em uma área maior. A RF fracionada, gera uma lesão severa em pontos específicos. Então a lesão é mais agressiva, mas em pontos específicos, ao redor dos pontos de lesão tem uma área integra, isso favorece a recuperação da pele e protege o local lesionado, tornando a recuperação mais tranquila e segura.

 

Efeitos Fisiológicos da RF Fracionada:

  • Aumento da expressão do Fator de Crescimento TGF-beta1 e Estratifina que regula o crescimento e função celular durante a produção de colágeno
  • Estímulo a produção de colágeno
  • Estímulo das proteínas de Shock térmico (HSP-72, HSP-47) que sintetiza colágeno do tipo II
  • Estimulo da produção de fibras elásticas 

Drug Delivery: A termólise cria microporos no interior da epiderme permitindo a entrega de ativos até a derme, mas assim como outras técnicas semelhantes é importante atenção a qualidade do produto que será utilizado e o ativo que será entregue.

 

Tipos de equipamentos RFF:

  • Eletrodos em forma de TIPS
    • É mais caro e não tem agulhas. Geram vaporização seletiva das camadas superficiais da pele, podendo levar a descamação. A energia para vaporizar a epiderme é forte, então ele vaporiza a epiderme, mas o calor gerado consegue atingir a derme, o calor e não a lesão ablativa, sendo assim a lesão fica na superfície, mas o calor vai até a derme e é esse calor que modifica a derme. Nesse caso, na derme é como a radiofrequência tradicional em vários pontos da derme, mas como a energia é severa há uma ablação em vários pontos da epiderme. Por causa dessa lesão, a epiderme perde sustentação e “cai”, promovendo um peeling, esse efeito é diferente da radiofrequência tradicional, não promovemos esse peeling.
    • Existem TIPS 64, 100, 196.
    • Atenção: Existe equipamento 3 pulsos como a evolução desse, até o momento (2022) não tem no Brasil, nesse caso a lesão chega na derme.
  • Agulhas
    • Com esses equipamentos tanto a epiderme, quanto a derme são lesionados. Nessa técnica a RF cria áreas com pontos de coagulação, junto com áreas não lesionadas que funcionam como um reservatório de células sadias que aceleram a cicatrização.
    • O indicativo de que a penetração foi boa nessa técnica, é quando a pele agarra na agulha ao puxar e ao penetrar sai fumaça e cheiro de queimado.
      • Sistemas de agulhas:
        • Sem isolamento – Antiga, onde toda extensão da agulha é um eletrodo ativo, dano térmico na epiderme, necessita resfriamento.
        • Isolada – Mais atual, somente a ponta da agulha é um eletrodo ativo, sem dano térmico na epiderme.

 

Parâmetros para tratamentos de estrias com RFF – 35mJ – Pulsado – Tempo off 5ms -Amplitude 100% – Tempo on 50ms. Realizar 1x ao mês, uma média de 4 sessões. Associe cosméticos com fatores de crescimento para melhores resultados, deve ser utilizada monodose estéril. 

É possível durante o procedimento utilizar anestésico, afim de dessensibilizar o local, uma sugestão é o Dermomax.

 

Efeitos adversos RFF:

  • Sangramento
  • Hiperemia (pode durar 24h)
  • Dor e ardência durante e após procedimento
  • Hipercromia (evitar em fototipo alto e usar protetor solar)
  • Edema inflamatório (pode durar 36h)
  • Crostas (pode durar 15dias)
  • Equimoses (por causa de sangue confinado)
  • Infecções
  • Acromia ou hipocromia

 

Criofrequência (CRF)

Inicialmente foi conceituado como o uso simultâneo da radiofrequência (energia térmica) e um componente crioterápico, onde tem-se um resfriamento superficial e aquecimento interno vigoroso. Com a chegada desse equipamento e uso, o mercado começou a ver resultados diferentes da radiofrequência tradicional e estudos começaram a ser feitos e finalmente pode-se compreender a diferença entre a radiofrequência tradicional e a criofrequência e o motivo pelo qual os resultados estavam tão diferentes. Estudos mostraram que na verdade com a criofrequência, há um resfriamento e não aquecimento como disseminado anteriormente. Então a criofrequência não aquece!

 

Para adiposidade, esfriar dá melhores resultados que aquecer. A agressão pelo frio é maior, porque a distancia mais da temperatura fisiológica do corpo.

Então por exemplo: A temperatura normal do corpo é 37º, quando usamos o aquecimento e chegarmos a 42º temos uma diferença de 5ºgraus. No resfriamento, nosso corpo aguenta mais, então se de 37º, diminuirmos para 17º temos uma diferença de 20º graus. Assim com o temperaturas menores, conseguimos gerar um diferencial maior e por isso resultados maiores (ou melhores).

 

Na pele, o resfriamento aumentou mais os fibroblastos que o aquecimento, promoveu maior densidade de fibras colágenas e promoveu um efeito chamado Criodermastringo.

Estudos comparando a radiofrequência tradicional com a criofrequência mostrou que: A RF monopolar produziu colágeno mais concentrado na derme superficial e a criofrequência monopolar, ativou fibroblastos na derme mais profunda, neocolagênese em toda espessura da pele.

 

Pela prática clínica e pelos estudos científicos, foi percebido que o frio gera resultados melhores, uma possibilidade é porque com o frio agredimos mais por ter um diferencial de temperatura grande comparada a fisiológica. 

 

Efeitos promovidos pela criofrequência:

  • Lesão inflamatória na pele
  • Produção de colágeno
  • Lesão térmica na membrana adipocitária (monopolar)
  • Apoptose adipocitária

Atenção: Quando for comprar uma criofrequência, avalie o cooler e o resfriamento, pois precisaremos resfriar o local. Se já tiver o equipamento, e o cooler não for tão bom, realize o procedimento em áreas menores para conseguir resfriar o local.

 

Contraindicações Gerais:

Absolutas:

  • Marcapasso (se for capacitiva, nem o profissional e nem o cliente)
  • Câncer (curada com 8 a 10 anos sem a doença, pode fazer)
  • Diabetes
  • Processo inflamatório ou infeccioso
  • Imunossupressão
  • Artrite
  • Tuberculose ativa
  • Testículo e gônadas
  • Uso de medicamentos ou tratamento que deixem a pele sensível (ex.: Roacutan, laser, peeling)
  • Doenças de colágeno (Síndrome de Cushing)
  • Gestação (capacitiva, nem o profissional e nem o cliente) – Lactante pode usar
  • Implante metálico (se for em ossos superficiais)
  • Paciente com febre
  • Sobre globo ocular (exceto radiofrequência fracionada com agulhas)

Relativas:

  • Aparelho ortodôntico, implante dentário (usar bipolar, proteger com gaze)
  • Alterações de sensibilidade
  • Sobre glândulas (pode estimular secreções)
  • Osteossíntese, metais inorgânicos
  • Menstruação
  • Prótese de solução fisiológica
  • Pacientes que usaram vasodilatadores e anticoagulantes
  • Áreas com transtornos circulatórios
  • Varizes
  • Terapia com esteroides
  • Terapia com colágeno e toxina botulínica
  • Realizado microdermoabrasão

Atenção:

Botox: Não tem estudo, mas como a ação da radiofrequência é superficial muitos indicam, porém recomenda-se aguardar  1 semana, 20 dias ou 1 mês após a aplicação do botox. Use a ponteira bipolar.

Preenchimento: Não tem literatura falando sobre. Se for ácido hialurônico, recomenda-se aguardar 1 ano para utilizar. E se for metil metacrilato (MMA), não usar, pois esse material absorve muito as ondas eletromagnéticas.

Efeitos adversos:

São muito raros, mas pode ocorrer.

  • Nódulos subcutâneos
  • Fibrose pós choque térmico
  • Queimaduras internas e externas
  • Aumento de fibrose pós lipoaspiração
  • Aumento da flacidez
  • Lesões nervosas 

 

Dica: Tenha uma câmera termográfica ao invés do termômetro para trabalhar melhor com sua radiofrequência (seja qual for!). 

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Nath

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