Eletrolifting é uma técnica desenvolvida em 1952, que tem por finalidade produzir um levantamento na pele e estruturas adjacentes, devido a isso surgiu à expressão lifting. Para o tratamento com a microgalvanopuntura é utilizado um equipamento próprio, que emprega um eletrodo ativo em forma de agulha ou não, acoplado no polo negativo da microcorrente, e um eletrodo dispersivo (placa metálica ou borracha de silicone), acoplado no polo positivo, e que deve ficar próximo à área de tratamento.
O eletrolifting destaca-se por ser um tratamento que utiliza a corrente contínua filtrada microamperada. Neste tratamento, é utilizada a estimulação galvânica, descrita como corrente direta que não tem pulso reverso tornando a intensidade da corrente constante em valor e sentido (BRAGATO; FORNAZARI; DEON, 2013).
Embora o eletrolifting tenha sido concebido inicialmente para o tratamento de rugas e linhas de expressão, atualmente também encontramos grande utilidade dessa técnica nas sequelas de estiramento de pele, caracterizadas como estrias.
Rebonato (2013) cita que por meio da microgalvanopuntura o tecido estimulado através do eletrodo em forma de caneta que contém uma espécie de agulha em sua extremidade associado aos efeitos da alcalose proporcionados pelo polo negativo da corrente galvânica microamperada promove uma inflamação aguda desencadeando um processo de reparação fortemente complexo.
Já Rocha e Meija (2012), relatam que a corrente galvânica tem como objetivo promover um processo inflamatório agudo através do estímulo traumático ocasionado pela inserção da agulha e corrente galvânica no tecido lesado pelas estrias, para que haja então uma regeneração do mesmo através do aumento da atividade metabólica local, que leva a formação de tecido colágeno, preenchendo a área degenerada, fazendo com que as estrias se suavizem pela regeneração celular.
Mecanismo de ação do eletrolifting:
A ponta da agulha provoca uma lesão traumática na pele (epiderme), ocorrendo ainda uma necrose tecidual em virtude do componente galvânico da corrente contínua. A lesão das células do estrato espinhoso obriga o organismo a uma reação reparadora. Em resposta a lesão, haverá uma dilatação dos pequenos vasos da derme, correspondente a região lesada, resultando num edema discreto. Logo em seguida, a taxa mitótica do estrato basal regional aumentará. As células recém formadas preencherão o espaço das células lesadas cujos restos serão eliminados por fagocitose e o liquido excedente absorvido pela circulação linfática.
Ocorre ainda um carregamento de partículas hidratadas para a região pericatódica (polo negativo). A mobilização eletroiônica da água e de células sanguíneas e ainda eletroendosmose possibilitam o abrandamento das lesões dérmicas no polo negativo e são a base do tratamento.
Segundo Guirro e Guirro (2004), a utilização da corrente contínua filtrada constante, mostrou que ocorre um acentuado aumento no número de fibroblastos jovens, uma neovascularização e o retorno da sensibilidade dolorosa após algumas sessões de estimulação elétrica, e como consequência uma grande melhora no aspecto da pele, que fica muito próxima da normal.
Quanto a intensidade da corrente, encontramos algumas divergências. Silva orientou regular a amperagem na faixa de aproximadamente 180 até 200 microamperes. Já para Silva a dosagem a ser utilizada pode ser 74 microamperes para pele sensível, eudérmica e alípicas e 86 microamperes para peles mais resistentes, lipídicas e seborreicas.
Na prática clínica os profissionais usam cerca de 70 a 100 microamperes para estrias, e de 150 a 200 microamperes para rugas. Esse valor varia conforme a sensibilidade do cliente.
De acordo com Guirro e Guirro (2002), os procedimentos técnicos para a execução do eletrolifting podem ser classificados em três grupos: Deslizamento – método caracterizado pelo deslizamento da agulha; Punturação – é realizada através da introdução da agulha superficialmente a epiderme; Escarificação – consiste no deslizamento diferenciando-se pela agulha ser posicionada a noventa graus, promovendo uma lesão no tecido.
Segundo Pagliari e Zanella (2005), as técnicas invasivas promovem um processo inflamatório que proporcionam resultados melhores e também mais rápidos melhorando significativamente o aspecto da pele.
Esperar cessar o processo inflamatório para iniciar a próxima sessão, evitando, dessa forma, uma inflamação crônica. Normalmente o intervalo de 7 dias entre uma sessão e outra é suficiente para evitar a cronificação do processo inflamatório.
→ Consultoria, aulas e cursos de Estética e Cosmetologia: Clique aqui!