Discromia: Acromia e Hipocromia

Discromia é um termo genérico que engloba toda e qualquer alteração da cor da pele. Na maioria das vezes, o processo relaciona-se com a quantidade de melanina.

A cor da pele é dada pela melanina (cor vermelha, marrom e até preta), pelos tecidos constitutivos da pele e subcutâneos e pelo sangue dos vasos da derme. A função precípua da melanina é a filtragem das radiações, principalmente entre 200 e 800 nm. Além disso, ela absorve radicais livres citoplasmáticos e é termorreguladora.

 

Discromias são alterações na cor da pele, resultantes da diminuição (Leucodermias) ou aumento da melanina (Melanodermias), ou da deposição, na derme, de pigmentos ou substâncias de origem endógena ou exógena (hipercromias). Por isso quando nos referirmos a discromia é importante especificar.

Outros pigmentos endógenos (bilirrubina, alcaptona, derivados hemoglobínicos) e exógenos (cloroquina, tetraciclinas, clofazimina, ouro e outros) produzem discromias as quais podem ser localizadas ou generalizadas; congênitas, hereditárias ou adquiridas pelos mais diversos mecanismos.

Para fins didáticos, as discromias podem ser divididas em: acromia (ausência de melanina), hipocromia (diminuição de melanina), hipercromias (aumento de melanina), leucomelanodermias (associação das duas anteriores) e discromias por outros pigmentos.

 

Abaixo tabela com alguns tipos de Discromia – Acromia e Hipocromia.

 

Hipomelanoses Congênitas ou Hereditárias e Acromia

 

 

Doenças

 

Características

 

Tratamento

Albinismo 

Ausência congênita total ou parcial de pigmento da pele, cabelos e olhos.

 

Não há tratamento efetivo. Fotoproteção ocular e cutânea.
Nevo acrômico 

Autossômico dominante. Área hipocrômica circunscrita.

 

Não há necessidade de tratamento.
Hipomelanose de ItoAutossômica dominante. Lesões hipocrômica lineares seguindo as linhas de Blaschko ou, mais raramente, mácula irregulares. Há associação com retardo mental, convulsões, dismorfismo craniofacial e alterações neurológicas.

 

Métodos que estimulem a repigmentação, semelhante ao do vitiligo.
FenilcetonúriaAutossômica recessiva. Olhos azuis, pele e cabelos descorados, lesões eczematosas e retardo mental.Dieta livre de fenilalanina.

 

 

Albinismo cutâneo-ocular

 

Cabelos: branco, creme, amarelado, castanho claro, vermelho ou prateado.

Pele: branca, creme, bege ou rosada

Olhos: íris translúcida, rósea ou azulada. Nistagmo, diminuição da acuidade visual, fotofobia e fundo de olho hipopigmentado.

Tem maior risco de desenvolver neoplasias malignas cutâneas.

 

Sobrevida é normal. Tratamento é feito com uso obrigatório de fotoprotetores e tratamento precoce das lesões cutâneas pré-malignas e malignas.

Discromia: Acromia e Hipocromia

 

Hipomelanoses Adquiridas

 

 

Doenças

 

Características

 

Tratamento

 

Vitiligo

 

Doença relativamente frequente entre 10 e 30 anos de idade. Manchas acrômicas assintomáticas, de limites bem definidos, com forma e extensão variáveis.

Existem várias modalidades de tratamento. Vide texto abaixo.
 

 

Pitiríase Versicolor

 

Micose superficial causada pelo fungo Malassezia furfur. Manchas descamativas de cor castanho a branco, localizadas predominantemente no dorso. A hipocromia pode permanecer mesmo após o tratamento da Pitiríase com antifúngico.

Tende a repigmentação espontânea após algum tempo, mas eventualmente o uso de fotoquimioterapia é necessário.
 

Pitiríase alba

 

É um halo despigmentado ao redor de um nevo melanocítico. Geralmente são múltiplos.

Não há necessidade de tratamento.
 

Leucodermia solar

 

Manchas acrômicas e ligeiramente atróficas localizadas em áreas expostas à luz solar.

 

Fotoproteção. Respostas variadas ao uso de crioterapia e abrasão superficial.

 

Hipomelanoses pós inflamatórias

 

Hipocromia residual após melhora do quadro clínico: psoríase, líquen plano, eczema atópico, sarcoidose, micose fungoide, Pitiríase liquenoide crônica.

 

Normalmente melhora com o tempo.
 

Hipomelanoses por noxas físicas ou químicas

Podem causar Leucodermia: monobenzil éter de hidroquinona (indústria da borracha); butilfenol e aminofenol (inseticidas, detergentes, desodorantes e resinas); hidroquinona ou outros compostos fenólicos (cosméticos); cloroquina (tratamento do lúpus); queimaduras… 

Pode levar a uma hipocromia

definitiva.

 

Possíveis tratamentos para vitiligo

Existem várias modalidades de tratamento, como:

  • Fotoproteção;
  • Maquiagem corretiva;
  • Corticoides tópicos (betametasona, triancinolona): úteis em lesões localizadas. A repigmentação inicia-se entre 2 e 4 meses e pode ocorrer em até 50 % dos casos;
  • Fotoquimioterapia tópica: apenas para formas localizadas. Utiliza-se a solução de 8-metoxipsoraleno ou óleo de bergamota em solução alcoólica nas manchas e, após 15 minutos da aplicação, exposição solar. A resposta terapêutica inicia-se após 15 sessões. A complicação mais frequente é a queimadura.
  • Fotoquimioterapia sistêmica (PUVA): para os casos de vitiligo extenso. O paciente ingere o 8-metoxipsoraleno 2 horas antes da exposição a uma fonte de luz ultravioleta A, 2 a 3 vezes/semana. Repigmentação inicial é observada após 15 sessões. É contraindicado a crianças e pacientes com pele clara.
  • UVB Narrow-Band: para os casos extensos a partir dos 6 anos de idade. É uma fototerapia tão efetiva quanto o PUVA, porém mais segura;
  • Imunomoduladores tópicos (pimecrolimos e tacrolimo): existem relatos de casos com repigmentação completa de lesões especialmente na face;
  • Calcipotriol tópico: há relatos de casos com repigmentação de lesões disseminadas quando associado ao UVB Narrow-Band;
  • Despigmentação: para os casos de vitiligo extenso resistente aos outros tratamentos. Consiste na aplicação tópica de monobenzil éter de hidroquinona em creme 2 vezes/dia na pele sã. Como a droga destrói os melanócitos, a despigmentação é definitiva;
  • Microenxertos autólogos: para lesões localizadas e estáveis. Resultado estético satisfatório.

 

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Quem é Nath Souza?

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