A população no Brasil aumentou rapidamente sua expectativa de vida e diminuição da natalidade, passando a ter mais pessoas consideradas idosas. Em 1950, a expectativa de vida era de 43 anos, hoje é de 74 anos e em 2040 tenderá a ser 80 anos. Segundo a ONU, a população mundial com mais de 60 anos vai quadruplicar nos próximos 40 anos.

Com isso teremos uma população com idade mais avançada e com sinais de envelhecimento.  Um desses sinais é fletido na pele, com as rugas.

 

Durante o processo de envelhecimento ocorre a diminuição da produção hormonal, e isso gera:

  • Perda da elasticidade da pele;
  • Músculos enfraquecem e ficam frouxos;
  • Coxim subcutâneo dissolve-se;
  • A pele perde o apoio;
  • Aparecimento de rugas;
  • Aparecimento de sulcos cutâneos em toda direção;
  • Presença de manchas senis;
  • Fragilidade capilar, com aparecimento de telangectasias;
  • Cabelo brancos com diminuição de número e volume.

São diversas alterações, mas as rugas tendem a ser as mais temidas. Um artigo publicado no site da associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, perfumaria e cosméticos indica que o Brasil é o 3º mercado consumidor de itens dessa categoria.

Para se ter um bom prognóstico é importante um bom diagnóstico, os quais colhemos a partir da coleta de parâmetros específicos da pele, como rugosidade, oleosidade, tipos de hidratação da pele, avaliação da intensidade das rugas. Dessa forma estabelecemos o melhor conjunto de medidas para cada caso.

Vários métodos têm sido desenvolvidos para auxiliar na definição e acompanhar os resultados dos tratamentos para rugas.

Métodos de análise para classificação das rugas:

– Moldes negativos de silicone: Era construído moldes de silicone da região de análise das rugas, porém esse método se mostrou muito trabalhoso, pois requer cuidados especiais na construção dos moldes, incluindo a utilização de produtos que não agridam a pele do paciente, que estejam em estado líquido, em temperatura ambiente e que se solidifique rápido.

– Fotografia especializada: Que podem coletar detalhes da pele de forma padronizada. A iluminação e distância entre a câmera e rosto do paciente deveria ser a mesma sempre, a foto tinha que ser em alta definição.

– Ultrassonografia de alta frequência;

– Fluorescência multifotônica e microscopia de geração harmônica;

Mas a complexidade destes protocolos dificulta a encarece o acompanhamento do paciente. O que fez com  que na prática clínica seja utilizada apenas a percepção visual.

Hoje em dia um método simples e mais barato é a fotografia digital, que permite uma base de dados para comparar a evolução do tratamento. Porém a falta de padronização é um problema para uma análise mais precisa.

O processo de avaliação segue sendo subjetivo, mesmo com o uso das referências. Podendo um mesmo paciente receber avaliações distintas de especialistas diferentes. Alguns softwares foram desenvolvidos e vem sendo desenvolvidos, para deixar essa prática mais rápida e certeira.

As rugas são vincos ou dobras que aparecem com mais frequência na face e no pescoço, e são um dos principais indicadores do envelhecimento. Elas são ocasionadas principalmente pela flacidez de pele e dos músculos, ou por movimentos naturais em locais do corpo, como por exemplo, as dobras nasolabiais, que são resultados do movimento natural da boca falando ou dando sorriso.

O que desencadeia a formação das rugas é o fato de as fibras elásticas irem se tornando frágeis com o passar dos anos. Juntamente com a exposição ao sol, a consequência é a perda de firmeza da pele. Finalmente, a perda de elasticidade chega a um ponto em que a contração dos músculos envolvidos nas expressões faciais forma na pele os desenhos dos seus movimentos.

Vários métodos de avaliação foram criados na tentativa de um diagnóstico melhor:

A escala de Rao-Goldman, de Lemperle e a de Glogau avaliam a maioria das rugas na região da face e as três se baseiam na avaliação fotográfica.

A escala de Glogau, também, utiliza outros critérios técnicos para aprimorar sua avaliação, como a observação do fotoenvelhecimento, os níveis de queratose, a pigmentação e a idade do paciente.

A escala de Fitzpatrick-Goldman propõe um escore de intensidade das rugas para avaliar a gravidade das rugas periorais e periorbitais. Sua classificação utiliza como parâmetro a observação das rugas em imagens, medidas de elastose solar na pele (degeneração do tecido), discromias e profundidade das rugas. O critério de profundidade das rugas se baseia na opinião dos avaliadores pela observação e não em medidas coletadas fisicamente.

A escala de Fitzpatrick modificada e a escala de Day tratam de rugas da região nasolabial. Cada uma delas apresenta suas classes, especificações técnicas, descrições de características e fotografia de referência.

A escala de Fitzpatrick modificada foi validada pelo Medical department, no sentido de verificar o quanto essa escala facilita e aumenta a taxa de acertos nos diagnósticos dos pacientes.

Segundo Tsuji, a classificação das rugas é:

  • Superficial: São aquelas que desaparecem quando esticamos a pele
  • Profundas: São aquelas que não desaparecem quando esticamos a pele

Segundo Lapière e Pierard, a classificação das rugas é:

  • Grau I: Rugas de expressão. Formadas pela contração dos músculos faciais de expressão, sem alteração dermoepidérmica, pele com bom turgor, viço. Requer prevenção.
  • Grau II: Rugas finas ou ondulações. Deve-se ao adelgaçamento da epiderme e derme superior, configurando um tipo de tecido parecido com papel de cigarro que se dobra com facilidade. Pele com rugas finas, linhas de expressão e regiões com flacidez. Requer tratamento e prevenção.
  • Grau III: Dobras, pregas, rugas gravitacionais. Com alteração dermoepidérmica e do subcutâneo. Deve-se à queda da pele e dos músculos adjacentes, causada pela força da gravidade. Pele em estágio avançado de envelhecimento. Grande quantidade de rugas e linhas de expressão, com flacidez acentuada. Requer tratamento intensivo e estímulo celular.

Segundo Glogau, a classificação das rugas é:

  • Tipo I: Leve – Ausência de rugas: Só aparecem com as nossas expressões, 28 a 35 anos.
  • Tipo II: Rugas dinâmicas: Rugas de expressão inexistentes ao repouso, mas que aparecem com as nossas expressões (ficar brava, preocupada, sorrir…). Algumas rugas de expressão iniciais na testa, pequenas rugas entre os olhos etc. Dos 40 a 50 anos.
  • Tipo III: Rugas no repouso: Acentuação das rugas em repouso, rugas que aparecem mesmo quando estamos dormindo. 50 a 60 anos.
  • Tipo IV: Apenas rugas: Rugas em toda a face. 60 a 80 anos.

Segundo Richard Glogau, a classificação das rugas é:

  • Grupo 1: Leve. 28 – 35 anos. Sem queratose. Poucas rugas. Sem cicatriz. Pouca ou nenhuma maquiagem habitual.
  • Grupo 2: Moderada. 35 – 50 anos. Queratoses actínicas iniciais. Leve descoloração amarelada da pele. Rugas iniciais. Linhas paralelas ao sorriso. Poucas cicatrizes. Pouca maquiagem.
  • Grupo 3: Avançada. 50 a 65 anos. Ceratose actínicas. Descoloração amarelada óbvia com telangiectasias. Rugas presentes no repouso. Cicatrizes de acne moderada. Usa maquiagem sempre.
  • Grupo 4: Severa. 60 – 75 anos. Ceratose actínicas e câncer cutâneo ocorreram. Rugas gravitacionais e dinâmicas, muito flacidez. Cicatriz acneicas severas. Usa maquiagem sempre que não cobre.

Esse monte de classificação, de autores, é importante termos conhecimento, para que dessa forma nossa avaliação fique mais precisa, caso não tenha uma avaliação mais assertiva com as tecnologias avaliativas.

Porém é importante que você ou adeque sua avaliação de acordo com as avaliações dos autores, ou escolha uma para seguir.

Outras classificações importantes:

– Tipos de rugas:

  • Mistas – Formada pela ação conjunta da gravidade e movimento.
  • Dinâmicas – Causada pelos movimentos repetitivos dos músculos.
  • Gravitacionais – Causada pela flacidez de pele e ação da gravidade.
  • Estáticas – São aquelas que podem ser vistas mesmo com o rosto em repouso.

– Principais regiões de formação das rugas: 

  • Frontal: Testa. São horizontais, aparecem entre os 25 e 30 anos. Aos 40 anos, essas rugas se aprofundam mais. Após esta idade essas rugas aumentam não só profundidade, como também em número.
  • Glabela: Entre os olhos, aquelas que aparecem quando estamos bravos. As rugas são verticais nesta área, aparecem entre os 30 e 40 anos e é devida a contração dos músculos desta região.
  • Orbitária: Pé de galinha. A partir dos 30 anos já observamos mudanças nesta região relacionadas ao envelhecimento e dependem da espessura da pele nesta região, hábitos sociais e geográficos da pessoa.
  • Nasal: As rugas do coelhinho. Essas rugas surgem entre 40 e 50 anos e dependem do biótipo do nariz. Além das alterações que ocorrem no revestimento cutâneo da região, existem fatores locais que contribuem para o envelhecimento do nariz.
  • Nasogeniana: Conhecida popularmente como “bigode chinês “, é a ruga de expressão presente entre o nariz e a boca, decorrente da contração muscular, ação da gravidade e do envelhecimento. Essa inconveniente marca se destaca no sorriso, podendo aparecer até mesmo com a boca fechada, proporcionando uma aparência pesada e envelhecida. Costumam se intensificar aos 30 anos.
  • Periorais: Código de barras. Sofre influência da contração muscular, mais nítida em pessoas que fumam.

 

A seguir um resumo sobre as escalas de classificação das rugas de alguns autores:

 

 

Nome da escala

 

Lugar de avaliação

 

Sistema de classificação

 

Rao-Goldman

(2004)

 

Face

Classe 1 – Sem rugas

Classe 2 – Rasa, mas visível

Classe 3 – Rugas de profundidade moderada

Classe 4 – Rugas profundas, com boas definições de bordas

Classe 5 – Rugas muito profundas, com dobras redundantes

 

 

9 pontos de Fitzpatrick- Goldman (1996)

 

Perioral e

Periorbital

EscoreDescriçãoGrau de Elastose
1-3 Rugas levesSuave
 

4-6

Rugas com profundidade moderada e quantidade moderada 

Moderado

 

7-9

 

Rugas profundas, em grande quantidade, com ou sem redundâncias de dobras 

Severo

 

Fitzpatrick modificada (2008)

 

Nasolabial

Classe 0 – Sem rugas visíveis

Classe 0,5 – Rugas muito rasas, mas visíveis

Classe 1,0 – Rugas finas, visíveis e com suave reentrância

Classe 1,5 – Rugas visíveis, com reentrâncias muito claras e com 1mm de profundidade

Classe 2,0 – Rugas moderadas, reentrâncias muito claras com profundidade de 1 a 2mm

Classe 2,5 – Rugas visíveis, salientes e com profundidade de 2 a 3 mm

Classe 3,0 – Rugas bastante profundas, com profundidade acima de 3mm

 

 

 

6 pontos Lemperle (2001)

 

Glabelar, periorbitais, periauricular, nasolabiais

 

Classe 1 – Sem rugas

Classe 2 – Apenas perceptível

Classe 3 – Rugas rasas

Classe 4 – Rugas moderadas

Classe 5 – Rugas profundas com bordas bem definidas

Classe 6 – Rugas muito profundas com dobras redundantes

 

5 pontos de Day (2004)

 

Nasolabial

Classe 1 – Ausente. Sulco nasolabial não visível

Classe 2 – Suave. Sulco nasolabial raso, mas visível

Classe 3 – Moderado. Sulco com profundidade moderada, claramente visível normalmente, mas não quando esticada

Classe 4 – Severo. Sulco nasolabial longo e profundo com 2mm de profundidade

Classe 5 – Extremo.  Sulcos extremamente profundos e longos, com 2 a 4mm de profundidade

 

 

4 pontos de Glogau (1996)

 

Face

Tipo I- Sem rugas e queratoses; fotoenvelhecimento precoce; suaves mudanças na pigmentação; pacientes de 20 a 30 anos.

Tipo II- Rugas em movimento; fotoenvelhecimento moderado; lentigos precoce visíveis, queratose palpável, mas não visível, linhas periorais começam a aparecer; pacientes de 30 a 40 anos.

Tipo III- Rugas em repouso; fotoenvelhecimento avançado, discromias aparentes, telangiectasia aparente, queratose visível, paciente com maus de 50 anos.

Tipo IV- Somente rugas; fotoenvelhecimento crítico, cor da pele amarela acinzentada; paciente acima de 60 anos.

 

 

Além dessa classificação de rugas, algumas linhas de trabalho, associam o surgimento das rugas com causas psicológicas ou como reflexo de alguma desordem interna. Como por exemplo:

– Frontal:

Chamamos de “linhas de preocupação” e isso não é à toa. O estresse e a tensão provocam esse tipo de marca, mas nada que umas boas férias e técnicas de relaxamento não resolvam ou amenizem. Além disso, estas linhas estão conectadas com o nosso estômago, o que é algo fabuloso – isso significa que se estivermos consumindo muito açúcar e gordura, além de beber pouca água, elas aparecerão. Basta beber mais água e ter uma dieta mais saudável.

– Glabela (linha vertical direita):

Este é um sinal perigoso, significa que provavelmente você está com problema no fígado. Para resolver a situação, você só precisa comer mais legumes verdes, frutas doces e cereais integrais, pois eles promovem saúde ao fígado. Evite o consumo de café, alimentos picantes e excesso de sal, pois prejudicam ainda mais a situação.

– Glabela (linha vertical esquerda):

Que seu baço não está saudável, indicando fraqueza ou algum outro problema. Alguns alimentos ajudam a estimular o funcionamento do baço, como frutas doces ou secas – o mesmo acontece com o pâncreas.

– Periorbitais:

Os pés-de-galinha podem representar duas coisas: sinal de muito riso, o que é ótimo; dificuldade para enxergar, já que acabamos apertando os olhos para ver melhor. Além desses, os pequenos traços estão diretamente ligados ao estômago, rim e fígado. Confira se seus órgãos estão saudáveis e garanta exercícios regulares e boa alimentação.

– Nasogeniana:

Pode ser problemas no cólon. Consuma fibras, vitamina D, faça exercícios e beba bastante água, essas coisas ajudarão o cólon a liberar toxinas.

– Periorais:

Está ligada ao baço, para fortalecer o órgão, além dos alimentos já citados, consuma vegetais de raiz, como abóbora, nabos e cenouras. Pequenas refeições (em vez de grandes) regularmente também ajudam.

Aqui foi exposto algumas formas de avaliação, com base nelas, escolha uma ou desenvolva para realizar sua avaliação e desenvolver um programa de tratamento direcionado, personalizado e com resultados melhores.

 

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Nath

 

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