A dor é conceituada pela OMS como uma experiência sensitiva e emocional desagradável associada a lesão real ou potencial dos tecidos. O limiar de dor é diferente de uma pessoa para outra e precisamos saber disso para lidar de forma bem especifica e validar a dor de cada cliente.

Os anestésicos locais são fármacos que bloqueiam reversivelmente a condução nervosa, determinando perda das sensações sem alterar o nível de consciência. Esses anestésicos podem ser classificados em 2 grupos: Aminoamidas e aminoésteres.

Os aminoamidas são metabolizados no fígado e os aminoésteres são metabolizados no plasma por esterases inespecíficas. Os anestésicos aminoésteres têm maior potencial de desencadear reações alérgicas, pois sua degradação produz ácido para-aminobenzoico (PABA).

Os anestésicos locais agem bloqueando os canais de sódio dos tecidos eletricamente excitáveis e, ao fazerem isso nos nervos periféricos, impedem a condução do estimulo doloroso da periferia para o sistema nervoso central.

Em vários procedimentos estéticos o uso do anestésico se faz necessário, para minimizar o desconforto do paciente, tornar o procedimento mais tolerável e aumentar a aderência.

O jato de plasma e o microagulhamento, são exemplos de procedimentos estéticos que fazemos uso desse recurso.

A dúvida é sobre qual produto usar, por isso vou compartilhar algumas sugestões:

– Dermomax: Composto de lidocaína lipossomada 4%, com efeito analgésico após 7 minutos da aplicação, mas é considerado após 30 minutos. Tempo de permanência na pele não deve ultrapassar 3horas.

– Betacaine LA: Formulação contém lidocaína, prilocaína e epinefrina.

– Tetracaína 4%: É um anestésico de longa duração, deve ser aplicado 30 minutos antes do procedimento e ocluído com papel filme.

– Piaglis: Mistura de lidocaína 70mg + tetracaína 70mg por grama de creme. Deve ser aplicado com auxílio de uma espátula sobre a pele integra, não ocluir a área.

Uma outra coisa importante de ser dita é que o anestésico não é aplicado de qualquer forma e nem todos são aplicados da mesma forma, por isso é importante estudar, conhecer o anestésico que irá utilizar para aplicar corretamente afim de ter os efeitos desejados.

Muitas pessoas usam o anestésico e relatam que não teve efeito, que o cliente sentiu dor, mas será que a aplicação foi feita corretamente?

Por exemplo, a Lidocaína lipossomada 4%, deve ser usada da seguinte forma: Aplicar até 30g para face e 60g para corpo, a área de tratamento não deve estar higienizada, pois a pele engordurada é um meio ótimo para ativação do produto. É recomendado que realize uma massagem 50% da quantidade total recomendada (seria 15g para rosto e 30g para corpo) 1 hora antes do procedimento e após 30 minutos dessa primeira aplicação deve aplicar os outros 50% restante também com massagem, em seguida aguardar 30 minutos para iniciar o procedimento. Após tudo isso que deve higienizar a pele, removendo inclusive o anestésico e seguir com protocolo.

Os anestésicos locais são fármacos seguros, mas deve ser usado em doses apropriadas e nos locais anatômicos corretos.

Mas reações adversas podem ocorrer, então é importante ter o conhecimento para usar.

Inclusive pode ocorrer intoxicação por conta do uso errado do anestésico, em caso de sobredosagem. Quando isso ocorre, conforme a concentração plasmática do anestésico local aumenta, o paciente apresenta os seguintes sintomas:

Sensação de leveza, formigamento dos lábios, gosto metálico na boca, tontura, dificuldade de foco, zumbido, tremor, espasmos musculares, convulsão, coma, parada respiratória e parada cardíaca. Essa é a sequência da evolução de uma intoxicação.

Para evitar tudo isso, respeite a dose do anestésico, dê preferência a anestésico mais diluídos, e o mais importante aguarde o tempo do efeito… Muitas pessoas vão aplicando mais anestésico porque o cliente relata dor, isso é desnecessário e pode gerar complicações.

Cuidado também com pacientes que fazem uso de antiarrítmicos e anticonvulsivantes, o potencial de intoxicação neles é maior.

Apesar da dose de anestésicos usada nos tratamentos estéticos terem um risco baixo de intoxicação é importante que o profissional saiba que o risco existe e trabalhe sempre na margem de segurança.

Caso ocorra os sintomas iniciais que foram citados, interrompa a administração do anestésico, mantenha o paciente em repouso, e oferte oxigênio suplementar. Isso já deve ser suficiente para interromper a progressão. Em caso negativo, leve o paciente para uma emergência.

 

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Nath

 

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